segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Pétalas Azuis

Quem dirá, Layla
que se o céu
se encerra no lusco-fusco

É para se manter em vigília
e testemunhar
a malemolência da pantera

Quem dirá que a rosa azul
presa a seus cachos
floresce apenas à noite

E para a noite

E a treva geme diante do pressentimento
e não pode conter-se
ao ver as balas de luz furando o céu

E se os dias tem fim
é para que a noite chegue
aos vossos lares

E no horário nobre, como rompantes de cólera e barbárie
os jornais anunciam seu nome
e as patrulhas não esperam para subir os morros

Risos, gritaria, gargalhadas zombeteiras
pétalas azuis carregadas pela brisa
calor

Pois enquanto Layla esgueirar-se pela noite
jamais verão correntes prendendo
uma mulher livre

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