Quem dirá, Layla
que se o céu
se encerra no lusco-fusco
É para se manter em vigília
e testemunhar
a malemolência da pantera
Quem dirá que a rosa azul
presa a seus cachos
floresce apenas à noite
E para a noite
E a treva geme diante do pressentimento
e não pode conter-se
ao ver as balas de luz furando o céu
E se os dias tem fim
é para que a noite chegue
aos vossos lares
E no horário nobre, como rompantes de cólera e barbárie
os jornais anunciam seu nome
e as patrulhas não esperam para subir os morros
Risos, gritaria, gargalhadas zombeteiras
pétalas azuis carregadas pela brisa
calor
Pois enquanto Layla esgueirar-se pela noite
jamais verão correntes prendendo
uma mulher livre
Nenhum comentário:
Postar um comentário